sexta-feira, 18 de outubro de 2013

JOÃO   XXIII   SERÁ   CANONIZADO

Em carta de 08/06/1963 à sua filha Madre Tereza,  TRISTÃO de ATHAYDE escrevia:  "Assim  vão se passando as horas e os dias nesta vigília do novo Conclave (eleição do sucessor de João XXIII). O Arcebispo de  Boston, o Cardeal Cushing, declarou  que iria promover já o processo de canonização  do nosso bom Pai-João.. São João XXIII soa bem! Enquanto isso, vamos pedindo ao Espírito Santo não nos dê uma penitência muito grande, depois desses quatro anos e meio de escandalosa proteção.   Pois quando é que eu poderia esperar em 1958 (morte de Pio XII) que teria  um João XXIII no Vaticano?...e, com o apoio invisível do nosso João, me senti à vontade para voltar a ser  eu mesmo e continuar a evoluir à vontade,  sem me sentir impedido por escrúpulos. Há de custar muito a mudar  o ar parado que se respira dentro da Igreja.  Serão precisos muitos Joões!  E um só já é um milagre!  Há sempre mil meios de torcer o que dizem e fazem  os Papas.  Tanto num sentido como no outro. E o que prevalece em geral na Igreja é o medo de mudar, é a rotina, a repetição, a obsessão do passado. E foi essa a extraordinária aventura do que já hoje se chama "a linha roncaliana", isto é,  a linha que um obscuro pré-roncaliano exprimia há uns bons 20 anos, quando começou não sei que artigo dizendo: 'A Igreja está voltada para a Idade Nova e não para a Idade Velha'.  E ainda era no tempo de Pio XII apresentado hoje como sendo um conservador, o que só poderá ter um vislunbre de verdade, em face do espírito renovador do nosso velhinho que hoje estará conferindo suas contas lá por cima para ver se fez mesmo  tudo o que tinha de fazer ou mesmo um pouco mais...Se tiver avançado o sinal, então já se sabe: o próximo terá de retardar o sinal. Ninguém mais pastoral do que o nosso João. E no entanto ninguém se meteu mais a fundo em coisas da vida econômica, industrial e agrícola. Está se vendo  com que açodamento nosso Pai João quis promulgar as duas grandes encíclicas sociais ( Mater et Magistra e Pacem in Terris), justamente para mostrar que o seu pastoralismo  não era apenas do outro mundo mas também deste mundo. E graças a Deus o fez a tempo. Não é mais possível apagar o que está escrito nas duas grandes Encíclicas!"

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