sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A   EXPERIÊNCIA   DE   GOVERNO   DO   PAPA

O padre Antonio Spadaro, entrevistador de FRANCISCO,  perguntou-lhe:  "Acha que sua passada experiência de governo pode servir à sua atual  ação no governo da IGREJA UNIVERSAL?"O Papa, depois de uma breve pausa de reflexão, torna-se sério, mas muito sereno. " Na minha experiência de superior na Companhia, para dizer a verdade nem sempre me comportei assim, ou seja,  fazendo as necessárias consultas. E isso não foi uma coisa boa.  O meu governo como jesuíta no início tinha muitos defeitos.  Estávamos num tempo difícil para a Companhia: tinha desaparecido uma inteira geração de jesuítas. Por isso, vi-me nomeado Provincial ainda muito jovem. Tinha 36 anos; uma loucura. Era preciso enfrentar situações difíceis e eu tomava as decisões  de modo brusco e individualista. Sim, devo acrescentar, no entanto, uma coisa: quando entrego uma coisa a uma pessoa, confio totalmente nessa pessoa. Terá que cometer um erro verdadeiramente grande para que eu a repreenda.  Mas, apesar dissso,  as pessoas acabam  por se cansar do autoritarismo. O meu modo autoritário e rápido de tomar decisões levou-me a ter sérios problemas e a ser acusado de ser ultraconservador.  Vivi um tempo de grande crise interior quando estava em Córdova. Claro, não, não sou certamente como a Beata Imelda, mas  nunca fui de direita. Foi o meu modo autoritário de tomar decisões que criou problemas. Digo estas coisas como experiência de vida e para ajudar a comp   reender quais são os perigos. Com o tempo aprendi muitas coisas. O Senhor permitiu esta pedagogia de governo, mesmo através de meus defeitos e dos meus pecados. Assim, nas reuniões com os seis bispos auxiliares colocavam-se perguntas e abria-se espaço para a discussão. Isto ajudou-me a tomar as melhores decisões. E agora ouço algumas pessoas que me dizem: Não consulte demasiado e decida! Acredito, no entanto,  que a consulta é muito importante. Os Consistórios  e os Sínodos são lugares importantes para tornar verdadeira e ativa esta consulta. . Deve-se torná-los menos rígidos na forma. Quero consultas reais, não formais. A consulta dos 8 cardeais não é uma decisão simplesmente minha, mas é fruto da vontade dos cardeais, tal como foi expressa nas Congregações Gerais antes do Conclave. E quero  que seja uma consulta real, não formal".

Nenhum comentário:

Postar um comentário