sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

NOME DE DEUS NA POLÍTICA

Faleceu na Itália, dia 31 de agosto, com 83 anos, o cardeal CARLO MARTINI (1927-2012), que, nomeado por PAULO VI, arcebispo de Milão, renunciou ao chapéu cardinalício, indo residir em Jerusalem onde escreveu o livro "DIÁLOGOS NOTURNOS EM JERUSALÉM". O nome é conhecido, pois por duas vezes foi muito votado como sucessor do pontífice falecido. Como muito se tem falado no pais sobre supressão do nome de Deus em escolas, casas legislativs, etc., transcrevo aqui os pensamentos de Martini a respeito, quando lhe perguntaram se não era perigoso usar o nome de Deus na política, ou os partidos se denominarem cristãos. "Tudo que é bom pode ser objeto de abuso, até as coisas mais elevadas. Quando se desencadeiam guerras ofensivas em nome de Deus, quando o cristianismo é usado de maneira populista numa campanha eleitoral, começo a me alarmar! Nosso cristianismo deve demonstrar-se em primeiro lugar por acões justas. Jesus nos dá exemplos muito concretos no discurso do juízo final: alimentar os famintos, vestir os que estão nus, visitar os enfermos e os que estão presos, consolar os aflitos, acolher estrangeiros, e todas as dificuldades relacionadas com essas ações, até sofrer perseguições. Seria magnífico se os outros pudessem nos reconhecer como cristãos por tais ações. Ao contrário, é terrível quando falamos de Deus e não correspondemos a seu principal atributo, a JUSTIÇA. SOB ESTE PRISMA VEJO TAMBÉM A DISCUSSÃO sobre se a palavra de Deus deve aparecer na CONSTITUIÇÃO da União Europeia. Se os Governos querem chegar até essa confissão, devem necessariamente prestar atenção ao ecumenismo, à abertura frente aos muçulmanos e aos judeus. Une-nos a Fé em um único Deus, e num Deus Justo. Se falamos de Deus, temos que falar seriamente. Senão, é melhor não pronunciar o seu nome".

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