quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

JUNTO DO PAI OSCAR NIEMAYER

VI-O, PRIMEIRA E ÚNICA VEZ, EM 1960, EM BRASÍLIA. Ele do outro lado da rua com a filhinha de seus 14 anos, creio. Mas era comunista, apenas então eu não acreditava que comunistas comessem criancinhas católicas. E há pouco, aqui a 200 m de mim, no Samaritano, sua alma voltava ao pai. Ao Pai para quem construiu a igreja da Pampulha, do Sào Francisco com o cachorrinho aos pés, no templo em que o bispo proibia entrada de católicos, sem a bênçào de Deus...coisas inacreditáveis, mas reais. Mas transcrevo o que achei. Procurei alguma palavra do Tristão no livro de suas cartas à filha religiosa. Nada, mas vale pelo que não encontrei, pois meu espírito não desgruda do de Niemayer. Oscar e "Brasília são perfeitamente simbólicos do Brasi real, tudo feito às pressas, sem fundamento, sem ordem, à moda de aventura, confiando na sorte e no famoso "Deus é brasileiro".... é verdade que JK não é o culpado direto da tragédia de Orós, mas, se for verdade que uma acusação feita ontem por um deputado cearense de que os apelos dos engenheiros das obras de Orós para liberação das verbas destinadas a reforçar as paredes do açude...não foram atendidos, e houve verbas desviadas para Brasília...então a responsabilidade deste é inevitável"(carta de 27/03/1960). Construção da Catedral de Brasília, o que comprova o que ouvi há pouco dito pelo falecido arquiteto. Sempre pensei que os convertidos católicos (Tristão, Jackson, Corção, etc.) e também Thomas Merton e Maritain são quase sempre mais autênticos e realmente católicos do que nós que nos julgamos certinhos. Tristão não apreciava JK. Daí escrever também ibidem o seguinte: 'E impressionante a falta absoluta de condições absoluta para habitação de Brasília a partir de 21/04/60, data fixada pelo JK à brasileira, isto é, idealmente, sem nenhuma base senão emocional, simbólica, demagógica, pois de outro modo não se faria. Argumento tipicamente brasileiro como se a construçào de Brasília fosse mais importante do que o bom senso, a experiência, a natureza das coisas e a mínima consideração pelo próximo e pelo momento presente. Enquanto isso o nosso Rio é entregue cada vez mais ao acaso e à prefeitura". Pelos templos que arquitestaste, Oscar Niemayer, mereceste ser recebido há pouco pelo Divino Arquiteto que te fez. Teus amigos estão te acolhendo, à frente JK, com Tristão e Corção com muita inveja!

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