terça-feira, 30 de outubro de 2012

TÚMULOS E SACRÁRIOS

Sem nos atrevermos a sondar ou desvendar os arcanos insondáveis da sabedoria divina, indaguemos qual tem sido  nosso relacionamento  humano e cristão face a duas realidades imateriais, sobrenaturais, presentes dia e noite, sob envólucros materiais, nos sacrários de nossos templos e nos túmulos de  nossos cemitérios.  Cremos e professamos que Jesus Cristo está realmente presente, com seu corpo, sangue, alma e divindade nas hóstias consagradas e escondidas  nos sacrários de nossas igrejas.  Cremos também e professamos que  nosso corpo e nossa alma, depois da morte,  não permanecerão eternamente separados. Por seu Poder Deus  reunirá um dia os corpos de  nossos mortos confiados à terra das sepulturas de nossas necrópoles. Nisto consiste o dogma da Ressurreição dos corpos. Duas constatações nucleares de nossa Fé, não?  Sabemos também, e cremos e professamos no dogma da Ressurreição dos Mortos.  Então o corpo tomará sua vida de novo. Duas constatações nucleares de nossa FÉ, não?  Dedo na consciência, na solidão de nosso intimismo, segredemos em nosso diário a resposta que só Deus terá. No túmulo, a relíquia mais preciosa de nossos mortos: seus ossos.  Nos sacrários de nossas igrejas, a presença real de Cristo com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade, como está no céu, sob as aparências do pão e do vinho.  Que de consolador e motivador na crença  da presença permanente de nosso Deus do  mesmo modo como está no céu,  no sacrário do altar da igreja que frequentamos, "latens  Deitas", a divindade latente sob as espécies do pão  e do  vinho,  na postura e exspectativa de nos acolher! Um primeiro mistério!  De outro lado, que de alegria confortadora diante da  separação provisória de nossos mortos, silenciosamente no túnel de nossos túmulos, aguardando a ressurreição final, quando de novo os teremos transfigurados juntos a nós! A causa da revolta dos anjos contra seu Criador, com Lúcifer seu chefe à frente, não teria sido também a inveja ao tomarem ciência do  tratamento de primeirísima classe dispensado aos seres humanos?  Qual tem sido nossa atitude como cristãos católicos em nosso relacionamento diante da existência desses dois dogmas de nosso Credo, em nosso convívio dia e noite com  DEUS  NOSSO  CRIADOR E  REDENTOR presente no sacrário de nossas igrejas, e em não nos desligarmos da MEMÓRIA DE  NOSSOS IRMÃOS  MORTOS cujos corpos vão se transformando em pó tão perto de nós nos sepulcros de nossos cemitérios! Não serão esses corpos as relíquias mais preciosas que conservamos de nossos falecidos?

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