quinta-feira, 28 de junho de 2012

DISCUTIR OU DIALOGAR SOBRE RELIGIÃO?

Desde que me entendo por gente, costumo ouvir: "Sobre, RELIGIÃO, futebol ou política não se discute!" Ainda no livro já citado "REFORMA DO PAPADO', do arcebispo John R. Quin , chamaram-me a atenção especialmente os seguintes pensamentos: "Diante de certos assuntos PROFESSADOS NAS IGREJAS CRISTÃS que chamamos de polêmicos, o único objetivo nosso deveria ser reencontrarmos juntos a plena unidade DENTRO DA LEGÍTIMA DIVERSIDADE. Diversidade não é algo para ser no fundo apenas tolerado. É de fato a qualidade que grandemente fortalece a vida em sociedade". E aplicando suas asserções à unidade desejável na sociedade eclesial cristã, John Quinn lembra uma conclusão do Vaticano II: "A legítima diversidade não se opõe à unidade da Igreja Catolica, antes aumenta o seu decoro e contribui significativamente para o cumprimento da sua missão. De fato, na medida em que a legítima diversidade é destruída, ofusca-se o esplendor da Igreja e da sua missão. O referido Vaticano continua: "Resguardada a unidade nas coisas necessárias, todos na Igreja conservem, segundo o múnus dado a cada um, a devida liberdade, tanto nas várias formas de vida espiritual e de disciplinas, quanto na diversidade de ritos litúrgicos e até mesmo na elaboração teológica da verdade revelada. Mas em tudo cultive-se a caridade". Impende ter-se sempre em conta que diálogo não é conflito, esforço para provar que estamos certos e o outro errado. Não é levado adiante com hostilidade e altivez, devendo-se passar de uma posição de antagonismo e de conflito para um nível onde um e outro se reconheçam reciprocamente como "partner", desaparecendo assim manifestações de confrontação recíproca. O diálogo é cheio de paz, de esperança e de respeito, destituído de toda animosidade. Diálogo é sério, humilde, amigável e sempre em busca. Unidade não se consegue por coerção, argumentos ou ultimatos, deve ser levada adiante com liberdade e mútuo respeito. Saliento que os juizos aqui expostos são comentários à encíclica do papa João Paulo II ("UT UNUM SINT", de 25/05/1995) que ainda diz o seguinte: "O diálogo ecumênico deve tornar-se um exame de consciência que leve a admitir os pecados dos pastores mas também as estruturas pecaminosas que contribuíram e ainda contribuem para a divisão e para seu aprofundamento". Não esqueçamos que a diversidade era uma qualidade da igreja primitiva. Semelhantemente diversidade na igreja antiga não levanta a possibilidade de também hoje na comunhão de uma igreja unificada haver espaço para a diversidade na estrutura e nas práticas? Haver também hoje diversidade na maneira de exprimir-se a fé única e no destaque dado a este ou àquele aspeto da mesma fé?

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