domingo, 20 de janeiro de 2013

SOCORRO, PADRE ANTONIO VIEIRA!

A colunista da FOLHA de São Paulo, Eliane Cantanhêde,  (Folha A2 Opinião, 20/01/13) contou-nos o que o repórter Alex Barbosa no "Jornal Hoje" da Rede Globo revelou ter ocorrido no Estado do Maranhão: ônibus escolares novos  em folha, 300 mil livros didáticos, uniformes, tênis, material e pilhas impressionantes de cadeiras apodrecendo num depósito ou debaixo de sol e chuva havia pelo menos 2 anos! Impessionante o desprezo com que nossos governantes tratam os bens públicos! Eliane acrescenta que todo esse desperdício  ocorreu ou ocorre justamente no Estado com o pior IDH, ou Índice de Desenvolvimento Humano, "lanterninha em português e matemática e candidato ao "Guinness" no último ENEM; sabendo-se que cinco das dez piores escolas do país são maranhenses". Ah! coitado de meu saudoso mestre de Português e Literatura no Colégio do Caraça, Padre Antonio da Cruz, autor da "Arte da Composição e do Estilo", livro apontado pelo imortal recentemente falecido Autran Dourado como fonte ocasionadora  dos "quatro cavaleiros do Apocalipse": Paulo Mendes Campos, Otho Lara Resende, Helio Pellegrino e Fernanddo Sabino, escritores que em Minas Gerais se celebrizaram na década de 40, graças ao assíduo manuseio do manual do então superior do célebre educandário mineiro.  Repito: se voltasse à terra, o Padre Cruz jamais repetiria em  nossas aulas que o Maranhão era o Estado em que melhor se falava a língua portuguesa no Brasil,  quem sabe pela influência dos sermões do Padre Antonio Vieira. Fechando a coluna, Eliane, numa cotovelada ao PSDB, pois o prefeito de São Luiz era o tucano João Castelo, pergunta se não existiam ali secretários, diretores de escolas, professores, pais de alunos, alguma autoridade, enfim, que gritasse por socorro! Dirigi por meia dúzia de anos uma revista católica onde o  Padre Antônio da Cruz era o titular de uma seção encabeçada com o nome pedagógico de "DOENÇAS DO ESTILO". MAS... OUTROS ERAM OS TEMPOS.

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