quarta-feira, 28 de novembro de 2012

JACKSON DE FIGUEIREDO E GILBERTO FREIRE

Na correspondência mantida entre ALCEU AMOROSO LIMA e JACKSON DE FIGUEIREDO, no espaço de 10 anos (1918-1928), costumo garimpar episódios merecedores do conhecimento das gerações que vão se levantando. Numa carta , por exemplo, de JACKSON para ALCEU, de 10/10/1927, o fundador do CENTRO DOM VITAL e da Revista A ORDEM, devolvendo ao TRISTÃO DE ATHAYDE um número da REVISTA DO NORTE, faz preliminarmente UMA CRÍTICA de seu conteúdo, confessando tratar-se de obra de rapazes de Pernambuco que fazem de verdade um castelinho com bandeirolas. "Quanto a artes, não me convence que sejam de arte, e, sim, quando muito, mostras de sensibilidade singular, livresca. Daí para a manifestação poética propriamente ou estética ou como quiser chamar, vai grande distância!" A certa altura, JACKSON chama a atenção de ALCEU para um dos componentes da rapaziada da revista, GYLBERTO FREIRE (1900-1987), DE FATO "UMA CRIATURA DE MUITA PENETRAÇÃO E BOM GOSTO". Contudo, a seguir, conta que, "quando Giylberto esteve no Rio, uma única vez que me procurou, disse-me, do modo mais natural, uma tão absurda miséria sobre um amigo meu (que ele não sabia que era meu amigo), que, com franqueza, tomei-me de verdadeira repugnância pelo seu caráter, na aparência tão afinado e aristocrático. Isto me aborrece porque não gosto destas antipatias nascidas de uma única impressão. Mas é o caso que as minhas amizades são sempre fundadas em verdadeira fé, e numa (creio eu) séria capacidade de observação. Quando um sujeito qualquer me contraria nesta matéria (principalmente se procura diminuir moralmente um amigo meu) é, quase sempre, uma criatura perdida para mim". GYLBERTO FREYRE (e JACKSON numa fina crítica observa "creio que tem todos estes YY), pernanbucano nascido em Recife, escreveu CASA GRANDE E SENZALA, FOI JORNALISTA E ESCRITOR, deputado federal pela UDN (1946) ("CORRESPONDÊNCIA HARMONIA DOS CONTRASTES", coleção Afrânio Peixoto, da Academia Brasileira de Letras).

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