sábado, 10 de novembro de 2012

ENSINO MEDÍOCRE

DADOS DO ENEM: 27,09% dos que fizeram a prova em 2010 obtiveram mais de 450 pontos em todos os testes (as notas máximas variam em torno dos 900). Os 450 pontos, note-se bem, são o novo limiar definido pelo Ministério da EDucação para conferir diploma de nível médio a quem não concluiu essa etapa da educação básica numa escola. Ou seja, quase três quartos dos alunos ficam aquém do mínimo aceitável. Como se explica isso? As variáveis socioeconômicas, como a ESCOLARIDADE NA FAMÍLIA, pesam muito no desempenho. Entre os estudantes CUJOS PAIS NÃO TÊM NENHUMA INSTRUÇÃO FORMAL, apenas 12,1% alcançaram os 450 pontos. Mas entre aqueles CUJOS GENITORES CURSARAM O ENSINO SUPERIOR, a taxa vai a 49,6%, e chega à maioria (66,4%) só no caso dos filhos de pais com doutorado. Daí concluir Schwartzman que para a maioria dos estudantes que fazem o ENEM a prova é "uma ilusão cruel"- seu resultado já se encontraria em grande parte PREDETERMINADO por suas CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS e pela MÁ QUALIDADE DA EDUCAÇÃO que tiveram até aí. A única maneira de quebrar esse círculo vicioso é oferecer um sistema público de ensino com qualidade suficiente para permitir que o nível de instrução dos ancestrais não signifique uma condenação irrecorrível ao péssimo desempenho. Nessa matéria, os avanços dos últmos anos ficam entre o mínimo e o inexistente. Se é verdade que as avaliações mostram algum ganho nas séries iniciais do ensino fundamental, elas também indicam que a melhora desaparece, quando o aluno chega ao nível médio. Transcrevo essas observações da FOLHA DE SÃO PAULO (09/11/12 A2OPINIÃO), por concordar com a opinião de Schwartzman de que a prova para a maioria dos estudantes é uma ilusão cruel, uma vez que seu resultado em grande parte é predeterminado pelas razões aduzidas.

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