sexta-feira, 9 de março de 2012

QUEM É VISADO NA CRISE DA CÚRIA ROMANA?

No dia 06/03/12 o jornalista francês JEAN-MARIE GUÉNON publicou no LE FIGARO a seguinte mensagem: "A única novidade real na crise interna da CÚRIA ROMANA é que ela é PÚBLICA. Como em todas as tergiversações do PODER, o mundo fechado da CÚRIA ROMANA está sempre agitado por rumores e ressentimentos, mas também por fidelidades tenazes e de raro sentido de abnegação em prol da suprema missão. Tudo isto, contudo, não transpirava jamais. Era necessária uma séria experiência para se lhe encontrar o claro sentido sem risco de um engano! Desde dois meses o que se convencionou chamar-se de "vaticanleaks"ou "vatileaks"permitiu ler algumas notas internas da SANTA SÉ na imprensa italiana. É inédito, mas não revolucionário. E mesmo grotesco falar falar de "glasnost"com referência a essa política de transparência que marcou o começo do fim da era soviética. O VATICANO é e permanece um dos lugares mais secretos e discretos do mundo. Esses poucos documentos nada mudarão. É previsísel que essas evasões para o momento incontroláveis - por virem do coração do sistema - vão reforçar essa cultura do segredo. A longa enquete que publiquei na página 2 do FIGARO -- "malaise au Vatican" -- no último dia 18 de fevereiro em nada se alterou. O sentido de tudo isto situa-se em outra paragem. Essas revelações são premeditadas, têm alvo reconhecível. Nada têm de uma história de uma lixeira descoberta donde se retiraram, por acaso, páginas preciosas amarrotadas de madrugada. Elas fazem parte objetivamente de uma manipulação no sentido técnico do termo: em nada desordenadas, são coerentes e sabidamente distribuídas. Visam a um objetivo bem preciso cujo recuo de várias semanas permite ver o contorno. Quem cuidou de fazer publicar essas notas internas -- violando o juramento do segredo pontifício passível de excomunhão -- sabe enfraquecer o atual secretário de estado, o cardeal TARCÍSIO BERTONE, número dois do papa a quem acusam, para simplificar, de autoritarismo e incompetência. É verdade que o homem não se originou da orestigiosa escola dos núncios, a IENA DA IGREJA CATÓLICA. ELA FORMA OS EMBAIXADORES DO PAPA. E PARA OS MELHORES DENTRE ELES, os mais altos responsáveis do Vaticano. O cardeal BERTONE é um religioso salesiano feito bispo italiano que o cardeal alemão Joseph Ratzinger teve durante sete anos como número dois, quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (onde permaneceu 24 anos). TARCÍSIO BERTONE, como outros, foi o indispensável cuja cultura italiana foi uma chave para fazer envolver o primeiro dos ministérios do Vaticano, cuja chave era mantida pelo bávaro. Mas as qualidades deste segundo elemento não se reproduziram do mesmo modo à frente da Igreja. NOTA: A segunda e última parte desta mensagem sairá no próximo blogue!

Nenhum comentário:

Postar um comentário