segunda-feira, 21 de março de 2011

RIO = TRÊS DIAS DE ÊXTASE

Sim, parte de sábado, todo o dia de domingo, e parte de segunda! As praias enfeitiçadas de Copacabana, a suntuosidade, elitista embora, do Teatro Municipal, os braços divinamente acolhedores do Cristo Redentor, e, coroando tudo, o entusiasmo esfuziante do carioca, representando o povo brasileiro saudado no sotaque simpático do jovem visitante que do pai queniano tanto herdou que a nós anfitriões tanto irmana, não temas, jovem detentor do poder mais alevantado do planeta terra, que todas estas recordações aqui por ti e pela tua modelar família semeadas, sejam sepultadas no "negro vaso de água do esquecimento" ("Lusíadas", Camões). Como nem tudo é perfeito, o quadro da tela da pintura de tua vivência entre nós, para perpetuar a memória de tua família em nosso solo gentil, teve como moldura dois acontecimentos internacionais bastante preocupantes: o tremor de terra e o tsuname e suas consequências no Japão, e o mal-estar vivido na Líbia. E com a partida há pouco da família amiga para o Chile, vizinho mui querido, "brandamente os ventos os levaram, como quem o céu tinha por amigos. Sereno o ar e os ventos se mostraram, sem nuvens, sem receio de perigo". Foram esses três dias para mim, tudo passado, o despertar de uma tão longínqua infância, quando minha vó nos visitava. Mal descida da carroceria do caminhão, quase por uníssono os doze netos lhe perguntavam: "Vó! quando é que a senhora vai embora?!" E ela, séria ou brincando? "Então vocês querem que eu vá embora?" Ela sorria um sorriso alvejante na cabeleira presa num coque, e tinha logo início o nosso usufruir de dias tranquilos, sem uma cerrada vigilância de nossa mãe. "O tempora! O mores!" Assim, diferentes e lépidos se escoaram os dias de Obama e família na Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil!

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