segunda-feira, 14 de março de 2011

ENSINO DA RELIGIÃO

Creio que valores humanos, naturais, devem ser distintos de valores sobrenaturais. Valores ou virtudes humanas recebemos em germe com o nascimento. São princípios de ação ou potências de operação por meio dos quais desenvolvemos a lealdade, a honradez, a virilidade, a laboriosidade, a fraternidade, a generosidade, a valentia, a alegria, o otimismo, a sinceridade, a sociabilidade, valores que têm como bases a reta razào, a equidade, a rijeza e a sobriedade. Acontece que no estado de decadência em que fomos mergulhados pela desobediência de nossos protoparentes, apesar de nossa regeneração pelo Filho que se fez Homem, restituindo-nos a filiação divina, ficamos privados do domínio das paixões (ou isenção da concupiscência), bem como do dom da imortalidade. Assim como o nascimento nos faz HOMENS (seres humanos), inserindo-nos o germe dos valores humanos, o BATISMO nos faz CRISTÃOS, sendo assim incorporados em Cristo. Trata-se de uma participação real da natureza e vida de Deus, bem precioso entre todos que devemos estimar e guardar e cultivar com o mais cioso desvelo. Pelo batismo, o homem adquire a graça habitual, uma vida nova, "um enxerto divino inserido na árvore silvestre da nossa natureza o qual se combina com a nossa alma para nela constituir um princípio vital novo e por isso mesmo uma vida muito superior", sobrenatural. Contudo trazemos esse tesouro num vaso muito frágil, sujeitos que somos à concupiscência. Em consequência, aqueles valores ou virtudes humanas, adquiridos quando nascemos, necessitam de uma proteção divina, de graças atuais, para que aqueles valores simplesmente humanos, permaneçam valores sobrenaturais ou virtudes sobrenaturais. E para que esse processo aconteça, o ensino da religião parece de bastante eficácia: "fides ex auditu".

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