terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"AOS HOMENS POR ELE AMADOS"

Comentando ainda o artigo de Carlos Heitor Cony na Folha de São Paulo de 27/12/09, esclareço que a justificativa que apresentei no blog anterior para a substituição das palavras "aos homens de boa vontade" pelas atuais "aos homens por Ele amados" no cântico dos anjos anunciando o nascimento de Jesus Cristo, eu a encontrei nas "Praelectiones Biblicae", vol.1, Novum Testamentum, da autoria dos redentoristas R.P.Hadriano Simón e R.P. Guglielmo G. Dourado, ano 1947, Itália, pág. 315, n. 226. Se tal substituição teve origem de natureza exegética ou machista ou até de natureza exegético-machista não sei dizer, pois me faltam meios de aprofundar a questão. Aproveitando a ocasião e corroborando em parte o pensamento de Cony, lembro que tanto no latim como em nossa língua, as palavras HOMO e HOMEM têm o sentido de "gênero humano", de "humanidade". Quando queremos especificar o ser humano de sexo masculino, temos em latim a palavra "vir" e em português a palavra "varão" ", (donde "varonil", "virilidade" etc.); quando queremos referir-nos ao ser humano de sexo feminino, usamos o termo "mulier"em latim e "mulher"em português. Reflita sobre estas palavras pronunciadas pela Igreja na quarta-feira de cinzas: "Memento, HOMO, quia pulvis es et in pulverem reverteris!" Embalados numa "onda de modernismo bobo", segundo expressào de Cony, os dirigentes do país, de uns quinze anos para cá, adoram dizer "brasileiros e brasileiras". Ah! como me soa muito mais enfaticamente e profundamente e inesquecivelmente a saudação de Getúlio Vargas dirigindo-se à nação no dia 19 de abril de cada ano, dia de seu aniversário natalício, naquele típico sotaque gauchesco: "BRASILEIROS!!!"

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