TEMPERATURA POLÍTICA NO RIO EM 29/03/1964
DIA 25/03/64 3.000 MARINHEIROS se reuniram num sindicato de metalúrgicos no Rio e forçaram a demissão do ministro da marinha, sendo anistiados por Jango. No dia 29/03/1964 a meteorologia faz prever nova revolta da Armada como em 1893, quando os marinheiros, não aeitando Floriano Peixoto como substituto do Marechal Deodoro, se insubordinaram contra o novo ministro da Marinha recém nomeado. Nesse ano nasceu em 11/12/1893 Tristão de Athayde. O pai era florianista, mas a mãe, impedindo registrar o filho com o nome de Floriano, buscou na mitologia um Alceu, tão mitológico quanto antiditatorial, antifloriano. Pelas cores do ambiente, ninguém se espantaria se o Exército sem o Congresso decretasse então o estado de sítio (suspensão das garantias constitucionais). A revolta dos marinheiros assemelhava-se à do João Cândido, (1880-1969), marinheiro que liderou em 1910 a Revolta da Chibata, contra os castigos corporais na Marinha Brasileira. Ou à do "encouraçado Potenkin", 1905, em Odessa, início da revolução soviética, 1917. Recomendam os anti-comunistas que o movimento dos marinheiros seja dissolvido pelos métodos drásticos usados pelos tzares. Em posição oposta, para outras pessoas Jango agiria melhor não ouvindo os políticos e religiosos e militares. Quem sabe Jango fecharia o Congresso, repetindo o gesto do padrinho Getulio Vargas em 1937? Ou, agora, opondo oficialidade e marinheiros, não estouraria nova Revolta da Armada, de que surgiria ou uma república sindicalista ou uma nova ditadura da direita? Estas eram as preocupações de Alceu Amoroso Lima na Semana Santa de 1964.
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quarta-feira, 26 de março de 2014
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