sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

MARIA JÚLIA VIEIRA

Seu telefonema, TUCA, me fez recordar. E como foi bom! Aí está o retrato de sua bisavó materna. "A lembrança vem apagadinha. Vai-se avivando à medida que ultrapassa a barreira do tempo, da distância. Vem trazendo retalhos de uma figura esguia, quase lendária;rostinho magro, emoldurado por uma cabeça de flocos de algodão.Vem de longe, trazendo saudades da velhinha do Largo,um tipo marcante da outrora Conquista (hoje Itaguara) - MARIA JÚLIA VIEIRA. Vem de longe, repito, trazendo a paisagem do Largo da Matriz com suas pastagens, seus barrancos, suas casas simples e o ambiente arraialesco. E nessa visão longínqua, acima da igreja, uma casinha baixa, quatro janelas abertas a tragarem luz, vida e tudo que além delas se passava, enche-se da mulher-gente que marcou época nesta Terra de Nossa Senhora das Dores. Vejo-a saindo para a igreja, rosário nas mãos sofridas, ou num bate-papo com as amigas ali, pela porta, atenta aos acontecimentos cotidianos e, vez por outra, a alguns extras. E então, que rebuliço! Visitas às famílias-bem era um hábito. Ela e D. Conceição - vizinhas e amigas. Quase irmãs, sempre juntas. Rindo ou chorando, conforme a batuta de Nosso Senhor. Maria Júlia ia levando a vida e a vida levando-a também. Pois não é que as perrenguezas foram chegando de mansinho, as forças diminuindo. Como lutar contra a natureza!? Estava sozinha agora; os filhos, longe! Batendo pela vida.Vendeu a casa da Praça, juntou seus pertences e se despediu de todos e de tudo num adeus longo e definitivo. Lá se foi para Carmópolis morar com a filha Olga. A doença prolongava-se e Maria Júlia agarrada à vida. Tudo fazia pra vencer a batalha. Foi vencida, entretanto. Assistida pelos familiares e pelo médico Dr. Francisco Paulinelli, expirou confortada pelos sacramentos no dia 04 de junho de 1959. Foi sepultada no cemitério Nossa Senhora do Carmo da vizinha cidade. Levou para o túmulo muito da história da nossa Conquista. Bem, agora a vez de dar asas à imaginação. E o seu tempo-criança, ali, no povoado dos Dias-Vilelas, livremente pelos campos, a brincar e a fazer mil travessuras, leva-me a pensar no século passado. Pois Papai-Modesto e Mamãe-Joaquina viram Maria Júlia desabrochar no longínquo 18 de dezembro de 1872 ( 18/12/73 você foi batizado no Colégio São Vicente). Com o primeiro vagido, já deve ter demonstrando que era Gente e Gente seria, sem sombra de dúvidas. Infância feliz, despreocupada, imagino, vivida ardorosamente, talvez, que a vida dura iria começar. Casou-se aos 15 anos com o Sr. Jacó. Enviuvou-se aos 19 sem gozar as alegrias da maternidade. Muito jovem e bonita, foi logo pretendida pelo Sr. Antonio Pinto Baeta. Com ele se casou MARIA JÜLIA. Vida nova castelos levantados, sonhos, felicidades de muitos filhos abençoados por Deus (continua e termina no blogue seguinte).

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