quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DOM VIÇOSO E A ESCRAVATURA NO BRASIL

EDUARDO  HOORNAERT, em seu artigo O  QUE  ESTÁ  ACONTECENDO  COM  O CATOLICISMO?  procura mostrar que a IGREJA está perdendo na America Latina o "trem da historia". Depois de comentar a "falta de apoio da Igreja" a libertadores nacionalistas como Simon Bolivar, quando  ao contrário  se sabe que bispos continuaram  a recomendar obediência a um detestável regime colonial espanhol de  exploração,  HOORNAERT cita o caso da abolição da escravatura. Joaquim Nabuco chegou a pedir o apoio do papa a favor  dos escravos brasileiros. Sem ser atendido, recorreu aos maçons, "pessoas suspeitas então aos olhos dos católicos".  Assim, o BRASIL foi o último a abolir a escravatura, em 1888.  Em seu livro "CONGREGAÇÃO  DA MISSÃO NO BRASIL", o autor, PADRE JOSÉ TOBIAS ZICO, C.M., lembra a propósito que sempre se encontram justificativas a favor e contra certas atitudes ou ideias. E escreve que, tratando-se do assunto escravatura, "no século XIX temos uma prova clara nos dois  fundadores do Colégio do Caraça. O primeiro Diretor, Padre Leandro Rebelo Peixoto e Castro, chegou a escrever  um opúsculo defendendo a legitimidade da escravatura no Brasil e a necessidade do  tráfico de negros da África. Já o o seu companheiro, depois também diretor do Caraça, o Padre Antônio Ferreira Viçoso, não concordou com a tese de um "respeitável eclesiástico da Província de Minas, e se viu obrigado em consciência a refutá-lo, escrevendo em 1840 o opúsculo intitulado  "Escravatura Ofendida e Defendida". Isto, 50 anos antes da "Lei Áurea". Padre Viçoso rebateu energicamente as ideias do Padre Leandro". O  santo bispo de Mariana, Dom Viçoso, e o Padre Leandro eram dois sacerdotes lazaristas portugueses que, aportando no Brasil, em 1820, foram encarregados por Dom João VI a tomar posse das terras do Caraça, tendo imediatamente fundado o COLÉGIO DO CARAÇA. Padre Leandro foi o primeiro diretor do Colégio, tendo sido aluno em Portugal  do Padre Viçoso. E sabe-se que Dom Viçoso, bispo de Mariana, teve que enfrentar pessoas importantes, interessadas na escravatura e toda uma sociedade então "visceralmente racista". Dom Viçoso morreu na Cartuxa de Mariana aos 07/07/1875 com 88 anos. Seu afilhado e sucessor na Diocese, Dom Sivério Gomes Pimenta, escreveu-lhe a biografia e começou o processo de sua beatificação e Dom Oscar de Oliveira continuou. O povo mineiro espera para breve a beatificação do grande bispo lazarista DOM  ANTÔNIO   FERREIRA  VIÇOSO.

Um comentário:

  1. Olá, muito bom o texto. Você teria mais algumas informação sobre Dom Viçoso e a escravidão, ou saberia me informa onde posso encontrar?

    ResponderExcluir