segunda-feira, 3 de setembro de 2012

AOS ADMIRADORES DE THOMAS MERTON

Quatro décadas depois da morte de THOMAS MERTON, MARIA LUÍSA LÓPES, em seu livro "THOMAS MERTON UMA VIDA COM HORIZONTE, brinda-nos com a seguinte página emblemática, resumo perfeito da vida do monge trapista. "Europa para nascer: puberdade e primeira juventude. América do Norte: juventude universitária, encontro com Cridto, descoberta de sua vocação definitiva. Ásia para morrer. Seu ingresso na Abadia Trapense de Nossa Senhora de Gethsemani divide, como um eixo, sua vida em duas partes exatas: faltavam-lhe 52 dias oara cumprir 27 anos quando, em 10/12/1941, cruzou a porta do mosteiro, os mesmos 52 dias que lhe faltavam para cumprir os 54 anos em 10/12/1968, quando um ventilador queimou seu corpo. Duas metades exatas de forte contraste: mobilidade contínua na primeira; um voto de estabilidade que o circunscreve a um determinado lugar na segunda. Estas duas partes se fazem contrapeso mutuamente, e o resultado é uma vida de profundo equilíbrio e fecundidade. Assim como nas coordenadas geométricas são necessários dois eixos, o horizontal e o vertical, que, cruzados perpendicularmente, determinam a situação de um ponto, a convergência e a perpendicularidade dessas duas metades dão significado e projeção adequada à sua vida. Em MERTON o humano e o divino se conjugam harmonicamente; a proporção entre o horizontal e o vertical é o que mais caracteriza sua vida e sua mensagem. O pensamento de Merton é adiantado ao tempo que lhe correspondeu viver, e também as circunstâncias concretas de sua vida se adiantam ao paradigma da sociedade de sua época; sem pretendê-lo, sua vida tem muitos traços em comum com o panorama social de nossos dias. Sua vida não foi fácil. Nem andou por caminhos trilhados. Não responde a nenhum esquema previsto, ao convencional de seu tempo. É uma busca partindo da desinstalação e insegurança na qual cada passo leva ao seguinte. Com a morte de sua mãe na idade de 6 anos, sua infância se desenvolve de acordo com a saga dos vaivés artísticos de seu pai, errando daqui para ali, com quase absoluta liberdade para tornar cada momento como melhor parecesse". THOMAS MERTON assim se definiu: "Tratei somente de dizer a verdade como a vi e dar testemunho do que descobri, vivendo no mundo do século vinte; ambas as coisas, sem a luz de Cristo e com ela. Há diferença; eu experimente essa diferença e procurei dizê-la. Isso é tudo".

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