quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A   CADEIRA   DE   HENRIQUETA   LISBOA

Em  O8/01/1958,  nosso celeste aealaceano, PADRE  SARNEEL, escreveu a HENRIQUETA  LISBOA agradecendo o presente que lhe fizera de uma CONFORTÁVEL CADEIRA "SUI GENERIS"para a biblioteca DO CARAÇA. Contou-lhe que um adolescente seminarista do Caraça, ciente de que o móvel pertencera à poetisa mineira, colou um dia suas costas e cabeça ao macio espaldar e puxou os pés até o escabelo. Cerrara então os olhos e logo depois levantou-se, pulando de alegria! E gritou,  abrindo os braços: "Eu também sou poeta agora!" Mas não guardou o nome do grande herói da cena! Em resposta Henriqueta contou a Sarneel o seguinte: "... uma história breve: aquela  cadeira que logrou sua simpatia acomodou horas e horas a fio em meu escritório dois grandes poetas amigos meus, duas sensibilidades de extraordinária beleza: GABRIELA  MISTRAL, pouco antes de alcançar o prêmio Nobel, e MÁRIO  DE  ANDRADE, um ano antes de desaparecer. Desejei que ela fosse ainda ocupada por um terceiro poeta, lírico entre os mais: SARNELIUS!" E ficasse preservada da poeira da cidade, entre paredes tradicionais. Real intuição demonstrou o estudante caracense proclamando-se poeta ao simples aconchego daquela cadeira". Eu preciso comunicar aos possíveis seguidores que encontrei uma segunda referência do Padre Sarneel à AEALAC na carta de 03/06/58. Depois de tecer uma série de loas às violetas-flores, nossa poeta  ainda apelando para São Paulo que lhes atribui uma "caridade despida de soberba, desambiciosa, desinteressada, que tudo crê, tudo espera", acrescenta "mais uma notinha: a violeta me faz pensar na madrinha da AEALAC, HENRIQUETA LISBOA, pequena no tamanho, modesta no porte, suave, muito suave na sua voz e nos seus versos em que há alta poesia e profunda realidade".  

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