quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

JEAN GUÉTTON - ALBERT CAMUS - M. POUGET

O escritor católico e fisósofo francês JEAN GUITTON (1901-1999) que, feito prisioneiro dos alemães, na guerra de 1939-45, permaneceu num campo de concentração nazista de 1940 a 1945, escreveu o seguine: "Numa sombria manhã de 1942 na barraca em que soldados alemães entregavam aos prisioneiros as esmolas chegadas da Fran;ca, eu vi sair de um pacote de víveres esse 'PORTRAIT DE MONSIEUR POUGET" cujas provas tipográficas eu tinha corrigido em junho de 1940. Julgava-as perdidas. Apesar da OCUPAÇÃO, o livro pode ser impresso, o que foi providencial, porque naqueles tempos as tardes eram longas, os espíritos tinham tempo para pensar". Meses mais tarde, recebi o artigo de um autor desconhecido, estampado nos CAHIERS DU SUD, onde pude ler o seguinte: " Não duvido de que o "PORTRAIT DU MONSIEUR POUGET" tenha sido lido nos meios católicos. Mas bom seria que leitores muito diferentes tenham ocasião de meditar esse livro e eu desejaria justamente deixar aqui o testemunho de um espírito estranho (étranger) ao catolicismo... Quem foi MONSIEUR POUGET? Um velho padre lazarista, desprovido de três quartos da visão, que refletia sobre a tradição, recebia alguns estudantes na pequena cela onde terminava a vida... Hoje, quando a ÍNDIA está na moda, julgar-se-ia estar lendo o pensamento de um GURU, pois é num desses mestres espirituais que esse padre faz pensar... Esse GURU singular faz da crítica histórica um instrumento de ascese. Usa o BOM SENSO para apoiar a revelação daquilo que ultrapassa o sentido. Não duvido que ele tenha sido recompensado com aquilo que lhe ia no coração!". E JEAN GUITTON termina: "Eu me havia deparado com observações brotadas da pena de um escritor "estranho" (ÉTRANGER) à Fé, em cuja personalidade esse belo vocábulo "étranger" (estranho) estava cheio de ressonãncia, visto que ele acabava de publicar um romance que, justamente, se intitulava "LÉTRANGER". Eu não sabia quem era ALBERT CAMUS. Sua MENSAGEM foi sobre minha ARCA o RETORNO DA POMBA, INDICANDO QUE A TERRA TINHA-SE SECADO. A observação de ALBERT CAMUS provava-me que a religião de MONSIEUR POUGET poderia atingir certos espíritos estranhos (étrangers) ao catolicismo. Lembrava-me do que o filósofo BERGSON me dissera: "Monsieur POUGET tinha isto de notável: não deixava interpor pensamento construído algum entre o real e a si próprio. Ele só será conhecido depois de morto e sua influência crescerá através daquilo que se originar dele!". Albert Camus acertou!--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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