Há, no Caraça, do lado esquerdo da Casa, uma pequena elevação que, desde os tempos do Irmão Lourenço, foi conhecida pelo nome de "CALVÁRIO". É uma via-sacra de cruzes altas, emergindo das pedras e do silêncio, com belos quadros representando os passos sagrados de CRISTO. Antigamente, as cruzes eram feitas da própria candeia que nasce naquele recanto de meditação. Cruzes retorcidas lembrando todo o sofrimento da terra, assumido no sofrimento de Jesus. A paisagem faz recordar os primeiros anos da Congregação da Missão no Brasil, especialmente a década 1820-1830, tempo, sem dúvida, de sofrimento em que a semente é lançada ao solo e morre para depois germinar.
Certo é que os Lazaristas não encontraram um campo preparado, mas tiveram de amainá-lo em luta contra obstáculos que lhes vinham já da crise interna da Congtrgação que, durante 27 anos, isto é, de 1800 a 1827, não teve superior- geral, já da oposição da opinião pública que, pela imprensa e na Assembléia, acusava os padres do Caraça de serem jesuítas camuflados, missionários assustadores e exploradores do povo simples, desrespeitadores das leis que proibiam o recrutamento religioso e a obediência a superiores estrangeiros ( "CARAÇA, CENTRO MINEIRO DE EDUCAÇÃO E MISSÃO", Maurílio José de Oliveira Camello).
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