terça-feira, 23 de agosto de 2016

162    ANOS    SEM       GETÚLIO   VARGAS

 RECORDANDO o dia da morte de GETÚLIO VARGAS, 24/08/54,  vejo minha saudosa mãe depositando uma rosa junto ao porta-retrato do criador de nossa PETROBRÁS. MEUS PAIS SEMPRE FORAM GRATOS AO NOSSO GEGÊ, BENEFICIADOS QUE FORAM EM 1942 POR UM DECRETO em favor dos pais de famílias numerosas, e éramos doze irmãos vivos na época.  No final da ditadura VARGAS, telegramas eram frequentes entre ALCEU e DRUMOND ("Companheiros de Viagem", Lima, 1971). Abri este livro na procura de algo que me levasse a Getúlio. Nenhuma palavra sobre o chefe da nação. Agradou-me, porém, o que Alceu escreveu a Drumond, em resposta ao telegrama de condolências pela morte, pouco tempo depois, do secretário do amigo, Wagner Antunes Dutra , seu secretário por 15 anos no Cemtro Dom Vital, Rio de Janeiro. "Conheci-o, (pode-se dizer), em plena miséria, num catre, doente,  com os pés enrolados no único casaco que tinha, pois nem de uma coberta dispunha,  depois que dias viera ver-me quando JACKSON morreu, por uma dessas misteriosas simpatias que as almas ardentes acendem, na sombra, em torno de si, e a morte deflagra. Por 15 anos  vi nele a própria expressão da virtude segundo Cristo, a que passa no meio dos homens despercebida,  silenciosa, sem grandes gestos,  nem grandes palavras, e no entanto sempre presente, sempre ativa, sempre vigilante. Era como um anjo entre nós, um anjo malicioso, um anjo irônico, um anjo... mineiro, contador de casos e desenrolador de intrigas.  Por 15 anos foi o secretário e o amigo, o confidente e o conselheiro, em quem confiamos mais do que em nós mesmos e sabe sempre dizer a palavra  certa no momento exato. Se alguma vez senti de perto a presença do Eterno junto a mim, devo-o, antes de tudo, à misteriosa figura desse irmão de espírito que Deus levou tão cedo..." (Lima,1971, "Companheiros de Viagem").

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