terça-feira, 29 de setembro de 2009

Saindo do atoleiro!

Anteontem, dia 27 de setembro de 2009, caí num atoleiro de tal forma que fui até o fundo e desapareci quase, mas não de todo ainda! De fato, nesse dia 27 conseguira redigir algo do que me impressionara então. E o que aconteceu então? Ao tentar postar no blog o fruto de minha rica inspiração, sumiu tudo! Ontem, dia 28, diante do fato consumado, pus-me a reproduzir as idéias perdidas. De novo, deu tudo errado. Encerrei então o expediente, com a cabeça a estourar pela tensão que a torniqueava: motivo: não consegui de novo botar o til no respectivo leito! Fui dormir chateado, às portas com certeza de um enfartamento!
Eureca!!! creio que aprendi a cravar o til ! Poso, pois, prosseguir na narração que iniciara ontem na tentativa de resgatar o que perdera no dia 27 de setembro. Eu me detivera no "pãobão". Fui à missa na capela onde o Zé meu, o Zé não, o Tuca se casara, capela dedicada ao Menino Jesus de Praga. Escolhi participar da celebração, em pé todo o tempo, postado na soleira da porta de entrada, mas de maneira a não barrar ou dificultar a passagem de alguém. Um domingo houve em que o celebrante avisou antes de iniciar o sacrifício: "tem muita cadeira aqui na frente, não gosto de ninguém em pé na minha missa!" A assistência quase toda virou o rosto para trás. Fiz que nem era comigo! Como nesse dia se comemorava Ö Dia da Bíblia", uma moreninha saiu rebolando quase que do começo do templo em direção do altar erguendo com os braços a Santa Bíblia. O valor desta foi realçado de passagem pelo celebrante, padre franciscano, que fez uma explanação teológica prática sobre o conteúdo do texto do evangelho do dia, embora um tanto longo, de que gostei, Tratava-se com certeza de um professor de teologia do seminário dos franciscanos de Petrópolis. Acabada a missa, antes do nhem-nhem-nhem, porém depois da bênçÃo final, procurei o caminho de regresso a casa. E eu tinha 12 anos e saíra e casa e me hospedara na casa da tia Aurora e passara fome por ser bicho-do-mato, e às quatro e pouco da manhã de segunda-feira, dia 29 de setembro de 1941, meu pai me deixava num dos carros do trem de ferro que me levaria até Santa Bárbara, o dia nem amanhecera ainda. Gostaria de ter conhecimento dos sentimentos de meu quando então, descobrindo meninos como eu que buscavam o mesmo destino, ao pai de um deles confiou a minha guarda! Mais ou menos às 10 horas saltamos em Santa Bárbara. Dois sacerdotes lazaristas, Padre Torres e Padre Saraiva ou Rabelo, não me recordo, nos receberam, com sorrisos e brincadeiras, claro, vãs tentativas de nos tapear ou encobrir ou trocar o negrume misterioso e indizível da alma, conduzindo-nos ao Hotel Quadrado! Terei provado de alguma comida? E na carrocria de um caminhão ford, 1929 ou por aí, sem lona, debaixo de muita chuva em cima e sacos e malas e outras bigigangas mais, depois de uma parada em São Bento para um trago de vinho na casa de um amigo do Caraça, Olinto Squarcio, um tapete de terra batida e comprido de 20 quilômetros nos começou a enrolar o estado de alma e de espírito e de coração de nós todos desmamados de pai e mãe e irmãos e lares e cidades e mundo conhecido em troca de que, Deus meu? Às 6 horas fui recebido pelo superior do Caraça, Padre Antonio da Cruz, que me contemplando me foi dizendo: Ölá, seu inglês disfarçado!" Havia somente 68 anos que eu chegara ao Caraça!

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