sexta-feira, 23 de agosto de 2013

SANTOS INOCENTES DOS TEMPOS ATUAIS

Numa falência múltipla de canais físicos e anímicos para sentir e expressar o horror diante de centenas de pessoas e... santo Deus! de crianças inocentes, de jovens, mães e pais dormindo! vítimas de ataques químicos na Síria, numa região em que Deus se fez homem há dois mil anos; numa porção da terra em que Herodes degolava crianças inocentes temendo entre elas achar-se seu rival, recorro a um capítulo da "História de Cristo", de Giovanni Papini, numa impossível fuga covarde para esquecer o que dificilmente se crê, se vê, mas não se sabe explicar! Havia um tremendo mistério naquela oferta de sangue dos puros, naquela dizimação de coetâneos. Pertenciam eles à geração que deveria trair e crucificar seu Salvador.. Mas estes que o tirano de hoje dizimou eram inocentes e permanecem inocentes na eternidade. Mas que mistério tremendo continua na oferta de puros e inocentes de hoje na Síria? Que me sirvam de lenitivo "as vozes de lamento, gemido e pranto de Raquel chorando seus filhos, recusando-se a ser consolada, pois eles não existem mais! (Jr.31,15)."Eis que choro, vertem lágrimas meus olhos, meus filhos estão consternados, porque o inimigo triunfou. Meus olhos estão machucados de lágimas, fervem minhas entranhas, vendo desfalecerem tantas crianças pelas ruas da cidade!Senhor Deus, o luminoso exército dos mártires, vencidos pelo tirano desprovidos de armas a não ser sua inocência, covardemente executados, proclama a vossa glória, não por palavras, mas pela própria morte, completando na própria carne o que faltou na vossa paixão e morte. Vós que, já na infância, por essas mesmas bandas do Oriente conhecestes a perseguição e o exílio, protegei as crianças que sofrem por causa da fome, das guerras ou da desgraça.

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