quarta-feira, 21 de agosto de 2013

HIGIENE NO SERVIÇO DE DEUS

Acabo de ler na "FOLHA" do dia, 21/08/13, o artigo "O DEDO NO NARIZ". E fico sabendo que o autor da crônica, Marcelo Coelho, foi objeto de crítica e protestos, até "dos leitores mais fiéis", quando "cometeu a imprudência de compartilhar o fato no Facebook"."Sentado no banco traseiro de um carro prateado, narra o articulista, com câmeras e repórteres querendo entrar pela janela, FRANCISCO fazia uma discreta higiene no nariz". O articulista prudentemente avisa que seu objetivo não era tripudiar a imagem do PONTÍFICE..."Mas achei bom, achei normal, gostei, sorri". E recorda que, "quando criança, em casa de tia, muito católica por sinal, com os olhos puros e verdes fixados nele, pôs o dedo no nariz, e naquela única vez, experimentou o gosto salgado, seco, sem nojo, do que retirara lá de dentro, como o fizera o chefe da Igreja. Pois bem, evento quase semelhante presenciei domingo passado na porta de entrada de igreja católica no centro do Rio de Janeiro. O celebrante, figura esbelta, cumprimentava os fiéis minutos antes de iniciar a eucaristia. Ao deixar o templo, vejo esse sacerdote, já devidamente paramentado, simplesmente roendo sofregamente uma das unhas da mão, no curto intervalo do cumprimento do próximo freguês. No meu tempo de criança freguesia era sinônimo, me parece, de paróquia, donde o qualificativo que uso, freguês. Havia dois anos que fato semelhante presenciara ao participar da missa numa capela em Petrópolis. Tratava-se de um diácono, a ordenar-se sacerdote pouco tempo depois, que, não se contendo então na prática da mania de roer unhas, minutos depois foi distribuir a comunhão aos fieis. Neste ato o celebrante, sacerdote ou diácono, faz uso da mão para levar a hóstia consagrada aos lábios do fiel que a recebe. Pergunto: essa mão estaria devidamente asseada? Objetar-se-á: no ato da celebração da missa pelo menos o sacerdote purifica os dedos antes da consagração. Sem dúvida, mas trata-se de ato simplesmente simbólico, sinalizando a limpeza de alma de quem celebra, donde sem efeito prático de deixar limpos os dedos, as mãos.Esta "ablução das mãos" era necessária depois de o celebrante receber as "ofertas" do povo. Era, e é, ablução apenas das pontas dos dedos, signicando, nos termos das palavras usadas, que se devem evitar também as faltas insignificantes no serviço de Deus.

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