domingo, 25 de agosto de 2013

POR QUEM OS SINOS DOBRAM?

Trata-se do título de um poema escrito pelo pastor e esritor inglês, John Donne em sua obra "Poems on Several Occasions. Esse livro fala do absurdo de uma guerra, sobretudo civil, travada entre irmãos. O sentido do título "Por quem os sinos dobram" está contido no seguinte pensamento: "Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade". Em outras palavras: "A morte de cada homem me diminui, porque faço parte da humanidade". Eis por que se pergunta: "Por quem os sinos dobram?" só pode ser por mim! Ernest Hemingway (1899/1961) adotou o referido título em livro por ele escrito em 1940 sobre a Guerra Espanhola (1937). Em época anterior, o poeta latino Terêncio exprimira a mesma idéia com a frase: "Nihil humani a me alienum puto" (não pode ser estranho a mim tudo que ocorre com um ser humano); sobretudo, como ocorre agora na Síria, e em diferentes regiões do mundo embora sob aspectos diversos, quando são vítimas de holocaustos crianças inocentes, jovens, adultos extirpados da vida traiçoeiramente. Perderam os humanos o sentimento, inato até na natureza irracional, de que "entre todos os presentes oferecidos à raça humana nada existe mais doce ao ser humano do que as crianças?" Às vezes tem-se a tentação de acreditar-se na conhecida frase de Hobes: "Homo homini lupus". É em momentos como esses que os cristãos, colocados diante de acontecimentos semelhantes, devem chegar à conclusão de quão infinitamente foi grave a desobediência de nossos primeiros pais. Pois uma das consequências do chamado "pecado original"foi a privação da harmonia, da paz, que reinava entre todas as criaturas, dom esse preternatural que não se recuperou com a Redenção, restando ao homem com a graça divina esforçar-se para adquiri-lo. Longe, ainda bem, de desesperarmo-nos por essa e outras perdas,basta lembrar-nos de que o sangue de Cristo nos devolveu a Filiação Divina, o que, por si só, valeu a Santo Agostinho traduzir-no-lo por uma das mais consoladoras exclamações: "O felix culpa quae talem ac tantum meruit habere Redemptorem!" Será necessária uma intervenção divina como ocorreu há dois mil anos, com auxílio até de astro, para a proteção já agora de milhões de crianças de países outrora prediletos de Deus, diante do descaso da comunidade internacional?

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